Etecs criam postos de coleta de lixo eletrônico em todo o Estado

Em várias unidades, população do território paulista pode fazer descarte de equipamentos velhos que serão reaproveitados



A Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Elias Miguel Júnior, localizada em Votorantim, na Região Metropolitana de Sorocaba, conduz um projeto permanente de coleta de lixo eletrônico na cidade. Por meio do “Descarte Green”, a população pode depositar na unidade computadores, monitores, acessórios, pilhas, baterias, celulares, aparelhos de TV e outros equipamentos.

Os materiais são armazenados em um contêiner instalado na escola e encaminhados para a reciclagem, que é feita pela Sinctronics, empresa parceira na iniciativa. Em contrapartida, os estudantes têm a oportunidade de realizar visitas técnicas periódicas à empresa para aprender mais sobre o processo de reaproveitamento dos resíduos em escala industrial.

“Além de entenderem a importância da logística reversa para o meio ambiente, os alunos conseguem enxergar uma oportunidade de carreira. Eles percebem que é necessário muito conhecimento tecnológico para coletar e transformar resíduos eletroeletrônicos e matéria-prima contidas nesses produtos em peças para novos produtos”, afirma Elieslei Couto Barbosa, professor responsável pelo projeto.

Destinação

O projeto já encaminhou aproximadamente 600 kg de materiais para a destinação adequada. De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o maior gerador de lixo eletrônico da América Latina, responsável por 36% do descarte de equipamentos, como celulares e computadores no continente.

Outras instituições também têm adotado o projeto de coleta eletrônica de lixo em vários lugares do Estado de São Paulo. Em Pirituba, na zona noroeste da capital, a Escola Técnica Profª Drª Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara realizou a coleta especial pela terceira vez.

Por três dias durante o mês de junho, a unidade abriu as portas para receber materiais como monitores, computadores, telefones celulares, baterias, televisores, câmeras fotográficas e impressoras. “A escola tem papel fundamental para mudar esse ciclo de consumo ao trazer, por meio da prática da coleta, uma reflexão sobre a responsabilidade que todos nós temos em relação à preservação do meio ambiente”, destaca a diretora da Etec, Eliane Leite Malteze.

Conscientização

Estimular os estudantes a participar dessa corrente é, além de benéfico, conscientizador, segundo os próprios educadores envolvidos na ação, em diversas cidades. “A atividade tem um impacto muito grande na redução de lixo na escola. E o mais importante é que os alunos levam essa cultura de responsabilidade ambiental para casa, influenciando a família a descartar corretamente os resíduos domésticos”, comemora o coordenador pedagógico da Etec de Santa Fé do Sul, Marcos Reis.

Em Marília, no interior do Estado, o projeto Recicla Etec já existe desde 2011. A ideia, diferentemente do recolhimento em si, inclui a reciclagem e a doação de equipamentos de informática, voltada a estudantes carentes e instituições beneficentes.

Segundo o coordenador Fábio Moura, todo o processo de desmonte, verificação de peças, montagem, formatação e instalação de softwares é feito pelos estudantes. “É uma forma de terem conhecimento mais aprofundado na área de manutenção, podendo realizar assistência técnica a vizinhos e conhecidos e conseguir uma renda extra”, avalia.

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